Que longo curso, tomam esses poemas dispersos?
Feitos de meios bons, meios pensamentos
Metades de estrofes em quartos de versos,
Meios de quartos, oitavos são de meros sentimentos
Esqueci-me que os tive, que os pensei
no longo curso que não recordo, já não o sei...
creio que era caminho fugidio, e traiçoeiro
de correntes fortes, afundava qualquer marinheiro
A memoria, nem sempre me leva tão longe, tão distante...
deixa-me à beira de meandros de frases quase líricas
De gosto trágico, funesto, amargurado, irritado e irritante
ficam versos e estrofes, imperfeitas, magras, anorécticas...
bem sei do que falo, irritado...Sigo na corrente, meia inconstante...
E depois quando em vez, roubo-os, a alguém
E em seguida deixo-me roubar por ninguém
Perco-os a todos... Voam-me do bolso roto...
Outros nunca tive, nunca me caíram no goto.