Procuro simplificar as palavras, para não mentir
Para não confundir mais o que pretendo dizer
Com o que não consigo disfarçar de sentir
Onde está a traição do meu fundamento
Que me fez dizer
Que o mar que observava era amor,
Fonte de alento, alimento, e eu que já me sinto sedento….
Fitava tão imerso, tal calmante
Tão lindo, traiçoeiro, perigoso, surreal e relaxante
Da mesma forma eu via o amor,
Esse sentimento…Essa ferida de ardor
Donzela sem espinhos, que não me quis injectar, veneno tão letal
Esse afecto, forte completo a quem chamam amor…não é banal
É forte veemente, como o mar, em dia de tempestade
Daí a confusão…
A indecisão
A verdade é só uma, e está despojada de protecções
Está só, livre de quaisquer contradições
Bastaram duas palavras para chamar outra vez o ser a sentir
Esse bobo triste que aparece sem terem de pedir
Pedindo afectos mil, ou sofrerá, por solidão
Por embaraço, nada de novo, e por paixão
Não tenho porte, nem tais intenções…
Não o escondo, nem esconderei,
A ser eu tentarei…
Mesmo que assim fuja, de mim, serei
Bravo se preciso,
Ágil, lesto, conciso
Agitado, carismático
Cru, nu, despido do preconceito
Relaxante e gostoso a preceito
Saboroso, delicioso
Leal, poderoso,
Dominante e quem sabe feroz
Ou nada disto, nem tão pouco se tivermos a sós
Que tou rouco de gritar e os céus já não ouvem minha voz.