sexta-feira, janeiro 30, 2009

Amor?

Amor… Não é uma obra poética
Sequer arte, ou possui qualquer forma simpática
Amor não tem que ser, nem é perfeito
Sequer é lírico, e nem à beleza está sujeito

Amor não é soneto, nem poema de amor é amor
E não, mesmo sendo injusto, não é exclusivamente dor
Diria claramente e ironicamente, é amorfo na sua estrutura
E amor não é sinónimo, sequer aparentado de doçura

1- Insolvente, cruel e muito possivelmente prática demente
1- Não necessariamente triste, e não, não simplesmente um sentimento
1- É ainda assim desprovido de qualquer racionalismo

1- Amor é simplesmente, de forma pungente… talvez semente
1- Fonte de inspiração até de algum… romantismo, claramente extremismo
1- Faca de dois gumes, corta todo o caminho, até de quem dele é claramente dependente

2- Insolvente, cruel e muito possivelmente prática de demente
2- por vezes ainda, arrebatador. E outras tantas deprimente
2- É ainda assim desprovido de qualquer sentido de razão.

2- Amor é simplesmente, de forma pungente… Talvez semente
2- Rio cheio de água, água fluente, forte é a corrente...
2- Amor é uma doença, é traiçoeiro mas fundamentalmente finda na imensidão.

Historias de tempo

Atropela-me o tempo, na sua vontade
e passam as horas de mais um dia...
atropela-se o sentir e a saudade,
e vejo ao longe o fim da ínfima chama que então ardia

Longo o caminho, maior talvez seja a distancia
Extenso o percurso, desd'a tenra infância
passaram anos e anos, sem me lembrar
De tal saudade, sem simplesmente me recordar…

Não que viva nas memorias,
mas fazem-me falta tais historias
os sons de outrora e até o viver

Recordo as mágoas e as alegrias
as inibições e outras tantas ousadias
recordo tudo mesmo o futuro, até me recordo morrer.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

relutancia....

não quero sentir
o mal que me fazes e que se acentua…
não quero ouvir
os ecos de vozes que não a tua

não quero acordar
nem me pretendo da cama levantar
não quero sonhar
e farto o que quer que possa calhar

deixem-me desgarrado
deixem-me só e abandonado
quero simplesmente a atenção focar
quero simplesmente deixar o pensamento a dilacerar
o cansaço que me vai apodrecendo
que me vai matando e corrompendo

Mas infelizmente o cansaço não é o pior
A tua indiferença e esquecimento
mói todo o meu sentimento,
E sem que te apercebas vai-me demolindo o interior…

E eu bem me apercebo e até sei
Que desprezo, ou indiferença, também ta dei
Mas… a tua inalterável fuga, em constante ensejo
Levam até a que vá bem contra o meu desejo

E sou assim obrigado até a dizer um “desculpa”
Mas penso que o teu comportamento incorre mais inculpa
Mas não vou agora embarcar em acusações

Espero em breve poder rever
A tua face, o teu esbelto ser
Não me desapontes, não me despedaces em mil porções

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Dedicado a alguém....

Dia Mau
Ornatos Violeta

Composição: Indisponível

Não quis guardá-lo para mim
E com a dimensão da dor
Legitimar o fim
Eu dei
Mas foi para mostrar
Não havendo amor de volta
Nada impede a fonte de secar
Mas tanto pior
E quem sou eu para te ensinar agora
A ver o lado claro de um dia mau

Eu sei
A tua vida foi
Marcada pela dor de não saber aonde dói
Mas vê bem
Não houve à luz do dia
Quem não tenha provado
O travo amargo da melancolia
E então rapaz então porquê a raiva
Se a culpa não é minha
Serão efeitos secundários da poesia

Mas para quê gastar o meu tempo
A ver se aperto a tua mão
Eu tenho andado a pensar em nós
Já que os teus pés não descolam do chão
Dizes que eu dou só por gostar
Pois vou dar-te a provar
O travo amargo da solidão

É só mais um dia mau

quarta-feira, janeiro 07, 2009

infelizmente o tempo nao pára

quem dera o tempo gelar,
que fosse por um momento
para te ver vezes sem conta, ali ficar
no tempo parado, saborear cada elemento

e no mundo, ja em movimento
retiras a particula que vestes
e a minha imaginação até despes
na tranquilidade de um unico sentimento

volta-se o tempo a gelar
e observo assim o que é a perfeição
observo a beleza que vestes, sem a retirar

saudo o esbelto instante, a ocasião
sentir assim o mundo tao insignificante
aliviando enfim a minha tristeza tao marcante

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Vincos

quem me dera carregar no reset, e apagar a memoria
nao pretendo mais continuar esta historia
peço que se cale de uma vez o orador
que já não suporto, este amor
peço que troque a historia
que assim morrerei sem qualquer gloria
ainda não passou de meio…e eu já lhe conheço o final
é historia contada, é repetida e normal

a resposta da pergunta nunca feita
é sempre um não na cabeça idealizada
é como se fosse receita
de sabor amargo, e quase finalizada

quem me dera inequivocamente esquecer
até do facto de simplesmente existir
quem dera terminar, tão somente o ser
ou tomar droga tão potente,
que me retirasse o amargo e quase eloquente
feroz, sereno e essencialmente sadomasoquista sentir

que me obriga a carregar
no ventre o nó irremediavelmente vincado
que me obriga a transportar
o coração que nem com punhos seria tão ousadamente apertado
como dantes diria, é triste viver sem ser amado
mas mais ainda não conseguir esquecer quem nos tem magoado



(Claramente um excelente inicio de ano)