terça-feira, novembro 29, 2005

Loucura

Tudo cai! Tudo tomba! Derrocada
Pavorosa! Não sei onde era dantes.
Meu solar, meus palácios, meus mirantes!
Não sei de nada, Deus, não sei de nada!...

Passa em tropel febril a cavalgada
Das paixões e loucuras triunfantes!
Rasgam-se as sedas, quebram-se os diamantes!
Não tenho nada, Deus, não tenho nada!...

Pesadelos de insônia, ébrios de anseio!
Loucura de esboçar-se, a enegrecer
Cada vez mais as trevas do meu seio!

Ó pavoroso mal de ser sozinha!
Ó pavoroso e atroz mal de trazer
Tantas almas a rir dentro de mim!

by: Florbela Espanca
a visitar: Site de homenagem à grande poetisa


E isto de loucura tudo por causa de um livro que comecei hoje a re-lêr chamado Loucura de Mário de Sá Carneiro, aconcelho vivamente a todos os que puderem, não percam a chance a leiam-no e já agora fica aqui um link para quem não conhece, ficar a conhecer um pouco melhor Mário de Sá Carneiro


:)

domingo, novembro 20, 2005

Já faz tempo que aqui não escrevo...

Pois é já há alguns dias...mais propriamente semanas que não escrevo um post no meu blogzito de estimação :)

É quase irónico, lembrei-me de aqui vir quando me senti realmente só...É como se isto exorcizasse a minha solidão ou a minha tristeza, bem sei que não o faz, mas às vezes acredito como se isto fosse realmente a cura da minha "doença"...

Para não variar vou deixar mais um poemazito...

Vieste num dia em que não te esperava
E contudo partiste, quando a desilusão do sentimento me aguardava
algures na minha solidão, algures na minha tristeza
Eu sei que talvez tu nunca me tivesses desejado,
mas a verdade... A minha verdade é tão diferente,
tão tristemente irreverente...
Que às vezes esqueço a dor que sinto,
esqueço, sabendo que apenas que a mim minto,
e espero por uma morte há muito aguardada sem dor ou sofrimento,
apenas aguardo que ela chegue num possivelmente solene momento...

....Nada mais há a dizer destes tempos em que te adoro em segredo, com medo, do que tu possas não sentir...É covardia! Eu sei...Mas tenho medo, medo de mim...

Afinal ainda vou deixar outro, este já tem uns aninhos, mas eu sempre gostei dele, sempre me identifiquei muito com ele, e agora sinceramente o que mais me apetecia fazer, tem muito a ver com este poema....

Lágrimas

Escorrem dos olhos sem que as possa interpelar
São ainda de um amor
Que não consigo evitar
por mais que queira, o pensamento
acaba sempre por lá chegar
A esse já triste e pobre sentimento
São as lágrimas que restam da dor,
Dessa tão estranha forma de amar
E que agora tanto lamento.
Fluem humedecendo o rosto deserto
Rolam com um ritmo incerto
Com o seu triste aspecto vão aparecento
E como aranhas a sua teia vao tecendo
Que desce dos olhos, abatendo-se por toda a face
Caindo por fim num mar, onde talvez cada uma se afundasse
E me deixasse então assim esquecer,
Esse amor que agora, que dessa forma me faz sofrer,
Seria então assim a chorar
Que dessa forte agonia me iria desamarrar.

Até a um próximo post

quinta-feira, novembro 03, 2005

Azafama

Pois é isto de ter 3 frequências em 8 dias arraza qualquer um, e eu que o diga, embora tenha aproveitado os feriados (feriado+ponte) da pior forma possivel, ou seja no ócio total ando com os neuronios completamente atrofiados, entre séries sucessões ainda as matrizes e claro os belos dos filosofos trbalhistas...Uma verdadeira feira de matéria umas vezes chata, outras dificil de compreender e por vezes (só algumas) interessante...Mas já chega da azafama dos neuronios e do estudo...Fica então aqui mais um poemazito(...como a falta de inspiração..ou melhor a falta de tempo para a inspiração tem sido enorme fica aqui um velhinho, mas do qual gosto muito):

A criatura desnudada

Naquela tela azulada,
Vive uma criatura desnudada.
Sem asas para poder voar,
Mas com vontade de se libertar.

Por vezes Voa alto sem saber,
Na sua própria vontade de crer.
Procura o que nunca encontrou.
Procura aquilo com que sempre sonhou.

Procura a liberdade,
Procura a felicidade,
De tanto procurar Algo encontrou,
mas foi diferente do que sempre desejou...
encontrou a tristeza e desde logo gostou,
Nela encontrou talento e a ele se aprisionou.

Mas a verdade,
É que o seu desejo nunca concretizou.
A felicidade ou liberdade,
ela nunca encontrou.

Ficou para sempre presa
Aquela tristeza.
Ficou com aquele talento,
Mas também com o seu próprio sofrimento!

terça-feira, novembro 01, 2005

...Empty days, empty mind...

I've died to the world
as dead can be dead
I smoke the rests of my soul
in the shadows of my coufin
I died, may be a long time ago
But I just realise now, how dead I am...In the darkness...

the void fills me up day by day,
in nights full of emptiness,
in those days where the sky
is covered up with clouds...blue days...
The nights covered by spirits from the dark, from the shadows...
But I really don't want to see all that, emptyness...all that sadness
I don't want to feel it anymore
to write it, or write my feelings again,
don't want to read or hear my sadness...

I want to go back to life again...
To work as ever, so I can forget my own death
Just work...And as many work, less sad I will feel, less time I will got to spend with feelings...

...Empty days, empty mind...