segunda-feira, novembro 28, 2011

Já não encontro razões, no tempo esvaído em partições de momentos corridos na ansia de chegar, sabe Deus onde, a algum caminho dificil de encontrar.
Já não repenso as memórias, nem consigo adquirir novas, que os dias passam-me sem que consiga inspirar tranquilamente, a infacia, outra gente.
Olho-me e revejo, quem era, sem perceber ao certo quem sou e muito menos no que me transformo, carrego em mim, o pesar de uma velhice muito antecipada.

Quem dera... Sei lá onde, nem sei quando, ter o poder de parar o tempo. Como o agua faz de si mesma, quando se transforma em gelo, simplesmente queria parar um pouco. Olhar, rever e readquirir outra luz e esperança, outro fio, outras lembranças, para em seguida derreter, para regressar ao meu estado fugidio, de quem leva uma vida sem a compreender.

sexta-feira, agosto 26, 2011

o cansaço abate-me
Já não sei em que pensar,
deambulo tão fragilmente
vagueio p'lo ar

Existo, mas sem presença
num vazio em nenhures
Já acredito em meias verdades
em qualquer religião sem crença

fecho os olhos tentando sentir
qualquer brisa que sopre ao de leve
qualquer barulho, tento ainda ouvir

Que insensibilidade extrema...Que asco
Que espera por mais um passo com sede de abismos
um crer aguarda cego à beira do penhasco.

quarta-feira, maio 25, 2011

estado de graça

O que fazer a um pouco, restante de um todo que nunca foi muito?
O que fazer de uma imensidão de erros e atropelos, de trocas e subterfúgios?
A razão já não chega e o vosso ruído teima em não cessar...
Tempos difíceis, esses que se aproximam...Mas insistem na discussão absurda, elogiam o disparate, usam demais da palavra sem nexo ou desprovida de qualquer sentido...
Regateiam tachos, vendem panelas, distribuem a culpa que por estes dias, não morre solteira, bem pelo contrário, vira rameira, serve a todos e cada um de nós, afinal o slogan sempre foi "A culpa é tua!", simplesmente ninguém o percebeu, todos se iludiram com as mentiras...São sempre mais suaves.

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Vicio

Song to the Siren
Desde há vários anos que gosto desta música...Numa versão ligeiramente diferente dos "This Mortal Coil" (segundo video), não conhecia eu, a original :)







Long afloat on shipless oceans
I did all my best to smile
Til your singing eyes and fingers
Drew me loving into your eyes.

And you sang "Sail to me, sail to me;
Let me enfold you."

Here I am, here I am waiting to hold you.
Did I dream you dreamed about me?
Were you here when I was full sail?

Now my foolish boat is leaning, broken love lost on your rocks.
For you sang, "Touch me not, touch me not, come back tomorrow."
Oh my heart, oh my heart shies from the sorrow.
I'm as puzzled as a newborn child.
I'm as riddled as the tide.
Should I stand amid the breakers?
Or shall I lie with death my bride?

Hear me sing: "Swim to me, swim to me, let me enfold you."
"Here I am. Here I am, waiting to hold you."


PS-Também me deixei encantar pelo canto da sereia :)

terça-feira, janeiro 25, 2011

V2

Que longo curso, tomam esses poemas dispersos?
Feitos de meios bons, meios pensamentos
Metades de estrofes em quartos de versos,
Meios de quartos, oitavos são de meros sentimentos

Esqueci-me que os tive, que os pensei
no longo curso que não recordo, já não o sei...
creio que era caminho fugidio, e traiçoeiro
de correntes fortes, afundava qualquer marinheiro

A memoria, nem sempre me leva tão longe, tão distante...
deixa-me à beira de meandros de frases quase líricas
De gosto trágico, funesto, amargurado, irritado e irritante
ficam versos e estrofes, imperfeitas, magras, anorécticas...
bem sei do que falo, irritado...Sigo na corrente, meia inconstante...


E depois quando em vez, roubo-os, a alguém
E em seguida deixo-me roubar por ninguém
Perco-os a todos... Voam-me do bolso roto...
Outros nunca tive, nunca me caíram no goto.

segunda-feira, janeiro 24, 2011

...

que longo curso, tomam esses poemas dispersos?
feitos de meios bons, meios pensamentos
metades de estrofes em quartos de versos,
meios são também os sentimentos.