terça-feira, maio 18, 2010

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esqueço a ira que me invade
que se acabou a restia que tinha de energia
sobra-me o tao habitual e malfadado cansaço
canso-me do amuo e do amaço
do que sei e do que faço

acho que nunca me senti tão perdido
se é que alguma vez hei-de me ter encontrado
dou-me por esquecido e não achado.
tenho pena de ter assim seguido

não posso já fugir, à responsabiliade
da atitude e do mal que faço
são parte da vida, e em particular
do aperto desta maldade

Em volta tudo tem a mesma cor, sem tom
sem relevo ou sombra, ou forma delineada
sem cheiro sequer aroma nem som
uma vida de como um copo esvaziada,
um inferno diferente, um jazigo, uma campa imaculada

morri ontem, mas amanha hei-de renascer!
como uma fenix, da cinza costuma fazer,
um novo ser que eu tanto preciso
mas o problema de qualquer fenix nada tem a ver com morrer
a pobre está queimada, do juizo....






quarta-feira, maio 12, 2010

O Livro dos Amantes

I

Glorifiquei-te no eterno.

Eterno dentro de mim

fora de mim perecível.

Para que desses um sentido

a uma sede indefinível.


Para que desses um nome

à exactidão do instante

do fruto que cai na terra

sempre perpendicular

à humidade onde fica.


E o que acontece durante

na rapidez da descida

é a explicação da vida.

Natália Correia