domingo, maio 25, 2008

Aumentou sem que eu pudesse controlar,
O desânimo, o ciúme, a predição e o azar
E a mascara que dantes me cobria
Que me temperava as faces e que me servia
Deixou simplesmente de o fazer
Desnudou o que nunca desejei vir a ser.

Transparece agora sem que consiga conter
Porque são mais fortes, do que a força que tinha para os deter
A tristeza, o desalento, a amargura, e ainda assim a arrogância
O desconsolo, a teimosia e a implicância

E deixei por outro lado, ao frio e à chuva, ao relento
Deixei descorar ao forte imutável e infeliz sofrimento
A alegria, o contentamento, a folia, o riso, a gargalhada o alento
O Júbilo, A felicidade, O prazer e para ser franco até a alma desbotei
Nas margens de um rio, foi onde a vida lha ceifei...

Acabaram-se as charadas,
Morreu o riso e silenciaram-se as gargalhadas
O silêncio impera, nas ruínas que na paisagem ainda persistem
Estou doente, ferido, infeliz, silenciado, e por isso escrevo as cismas que ainda subsistem
E nesse silencio nessa solidão, nessa suposta quietude, não há calma que me chegue,
Não há sossego que me sossegue
Não há aconchego que me aconchegue
Irrito-me e aniquilando a paz grito simplesmente
Que à força desta mágoa não há o que me valha,
Nem o papel me salva, nem a razão me ralha

Sem comentários: