quarta-feira, junho 03, 2009

...ha momentos assim

Estou amorfo, e do que sou, apenas mero esboço;
Monstruoso, no pensar, moribundo por sentir algo mais
Bato-me em divagações contínuas, vagas e de puro esforço
E do vazio em que me encontro, ecoam apenas mudos sinais

Amaldiçoo tudo e todos, nos becos que de silêncios se encharcam
Cheios dessa podridão, dessa escoria que vai tornando vil o seu peso
A mudez pesada, a promíscua paz, os silêncios… Que a todos os seres ultrajam
Abomino essa minha simples abominável, abominação que tanto odeio e desprezo
O ser, o sentir, o toque, o pensar, o ver, o gostar, malditos sejam.

Volto as costas ao mundo e aos que ensurdecem esta existência,
No ímpeto fecho os olhos, explicito a minha ira, o meu ódio com toda a violência
Retiro a faca e corto, a cada movimento mais um pouco do que vai sobrando
Mais um pouco da réstia, da besta que sinto morrer e vou calando.

Termino na impetuosidade do momento, com todo o asco, com todo o rancor
Que a vontade finalmente foi satisfeita, morro sem morrer de sequer com dor
Que mais vale o eterno dormir sem alguma vez sonhar,
À suposta vida, ou existência lamentavelmente ensombrada pelo contínuo azedar

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