sexta-feira, julho 10, 2009

Marasmo

Deambulo entre o sentido do sentir
E a falta do mesmo em tudo o que digo
Alterno entre o triste, desconsolado
O frustrado, o solitário, o inanimado

Sinto-me cansado, como se transportasse um peso
Que não suporto aos meus ombros
Levanto-me na tentativa de não deixar morrer
O gesto que tenta alcançar-me

E em seguida fecho os olhos e deixo-me diluir
Perco o ser ou o sentir algures,
No acto de tentar vislumbrar-me no vazio
Fecho os olhos e subitamente desfaço-me
Diluo o que sou na realidade que me rodeia

E ou morri, ou de certo que me perdi
Já não sei quem ou o que sou,
Nem que limites me definem
Se é que alguma vez me defiram

Não sei o que hei-de sequer procurar
Sei simplesmente que não reconheço
Aquele que observo no reflexo
Não sei quem és, ou quem sou

E não, não é amnésia do que sofro
Apenas da falta de identidade que me defina
Ou que me redefina que esta não a reconheço
Nem pretendo sequer tentar sê-la, estou moribundo.


Bom fim de semana

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